sábado, 26 de fevereiro de 2011

Festa do Divino Espírito Santo em Paraty


Festa do Divino, estabelecida nas primeiras décadas do Século XIV pela Rainha D. Izabel (1261-1336) mulher D`EL Rei Dom Diniz, a festa começou pela construção da Igreja do Espírito Santo em Alenquer. Propagando-se intensamente a devoção, tornou-se uma das mais populares, regulamentada no Código Afonsino, que excluía das restrições proibitivas. Foi trazida para o Brasil no século XVI.
A Festa do Divino realiza-se em Paraty, (50) cinquenta dias após a Páscoa, apesar da ação desfigurada do tempo, é considerada uma das mais significativas festas, reduto de tradições veneráveis do folclore religioso luso-brasileiro; é uma mistura de fé profunda a uma poética ingenuidade, cantada nos versos simples da Folia do Divino, e na fé profunda que reconforta os devotos e consegue mobilizar os moradores o ano todo.
Paraty, ainda conserva esta tradição tão viva quanto na época colonial, no Primeiro e Segundo Reinado, apesar das sucessivas crises e, a aculturação realizada com a integração dos grandes centros, é comum as cantigas da folia e o acompanhamento as bandeiras, que percorrem as velhas ruas, carregando faixas e estandartes vermelhos, cor que a liturgia atribui ao Divino Espírito Santo, numa fé que vem sendo transmitida de geração a geração, e que, deverá estender-se por muito anos para a devoção dos paratyense, para a manutenção dos bons ensinamentos legados por nossos ancestrais e pela conservação viva da Cultura Popular Brasileira.
E faz parte dessa tradição que o menino Imperador (a quem, simbolicamente, cabe a responsabilidade de governar, durante os dias da festa) solte um preso da cadeia pública. No Brasil Colônia, esse preso era de fato escolhido pela espontânea vontade do menino Imperador entre as pessoas não condenadas por homicídio ou roubo. Mas como os tempos são outros, hoje a cena é representada na porta da antiga prisão.
A Festa do Divino é tão importante que antes do seu encerramento já é escolhido o festeiro que se encarregará de organizar a próxima. Diz-se que a festa do Divino teria levado o conselheiro José Bonifácio sugerir a D. Pedro I que se declarasse Imperador do Brasil, após a Independência em 1822, em vez de seguir o costume da monarquia portuguesa e ser coroado como rei.
A herança medieval torna a Festa do Divino um acontecimento sem par.

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